terça-feira, 4 de agosto de 2009

DIVULGANDO A ARTE DO SEU ALDO...

O Senhor Aldo Jose é um morador da cidade de Carutapera-Ma. Pescador de oficio, é um poeta por excelência, um homem sensivel, observador atento da natureza e dos acontecimentos à sua volta, que tem a dádiva de nos agraciar com seu dom de converter fatos e pensamentos em poesias belíssimas.

Esta poesia que transcrevo abaixo, é o registro de que eu pude testemunhar o trabalho desse notável poeta, por ocasião de uma das Etapas do Curso de Politicas Públicas que fazemos juntos, em Presidente Médice - Ma....

Um dia ao caminhar
Deparei com um jardim
Tinha cravos, tinha rosas
Vi espinhos e jasmim
Vi também os passarinhos
Fazendo os próprios ninhos
Que exemplo para mim!

E eu estou aprendendo
Que é que devo pensar?
Sou mais fraco que as rosas
Tem perfume a exalar
Duvido e não tenho fé
Estou andando de ré
Sem poder no chão pisar

Continuei caminhando
Prestando muita atenção
Vi uma enorme pedra
Sobressaída do chão
Lá no alto uma nascente
Com água transparente
Numa enorme vazão

E, novamente parei
Disposto a contemplar
Para tirar a lição
Para na vida aplicar
Quanto mais admirava
Minha alma se agitava
Com vontade de atuar

E, novamente parei
Disposto a contemplar
Vi que aquela maravilha
Vinha de perto do mar
E lembrei-me com ternura
Que água mole em pedra dura
Tanto bate até que fura
Vale a pena acreditar

No mundo individualista
Que nos embaça a visão
Tem cego que não quer ver
A partir do coração
Faça um gesto bem concreto
Com um pouco de afeto
Diga sim ou diga não

Ao contemplar o cenário
Aumentou minha esperança
Ao ver tantas coisas belas
E olhei-me como criança
E o meu poder de pensar
Levou-me a constatar
De como a vida me lança

Não duvide meu amigo
Lute para transformar
Se fizer sua parte
É claro que vai melhorar
Comece em sua escola
Se não prender muito a boca
Logo o jogo vai mudar

Falaram-me de você
Seu lado intelectual
Sou um peão pescador
Faço carta, leio jornal
Se apreciar meu feito
E analisar direito
Verá o diferencial

Saí do meio do povo
Onde a luta é desigual
Porém só baixo a cabeça
Lá dentro do meu quintal
Sou aprendiz de poeta
Quem sabe na hora certa
Serei ator principal

Além de nossas fronteiras
Ladeando a realidade
Divulgo lá no horizonte
O sonho de uma cidade

Marcas eu quero deixar
Além de minha presença
Recriando o meu espaço
Continuar minha crença
O olhar continuado
Simples e sem doença

Aldo Jose, Carutapera-Ma, 31/08/2008.

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