domingo, 31 de maio de 2009
Fuso
Escrevo fenecido, num breve alento,
No fuso relógio do tempo,
Como um ponteiro obstinado
Traçando o poema a cabo.
Se finda as horas,tamanha as ânsias,
Vagar-se velozes os dias de minha vida,
Sem marcar limites,amores e circunstâncias
Tenho apenas o triste calendário da partida.
Ao passo que o tempo áspero acelera
Vão-se horas,minutos e segundos
A torturar-me em tardia espera.
Enquanto giram em eixos os semimundos
Transportando nossos corpos num só tempo,
A esmo a matéria no breve momento.
NICODEMOS FREIRE
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