terça-feira, 23 de novembro de 2010

Sobre Política e Jardinagem (Rubem Alves)


Abaixo segue um texto de um dos grandes intelectuais brasileiros: o renomado Rubem Alves (foto ao lado). Ele é sem dúvidas uma das mentes mais brilhantes que temos, destacando-se em diversos campos do conhecimento - Filosofia, teologia, política, etc. Seus textos são de uma profundidade, e ao mesmo tempo, de uma simplicidade tão grandes, que sempre surpreendem seus leitores. Sua visão social é admirável, seus textos expressam um desejo sincero de ver uma sociedade diferente, melhor. Eu particularmente adimiro os textos deste homem, pois nos convidam, a cada dia, a refletir, repensar, e sonhar com uma sociedade mais humana, mais solidária... dentro de uma perspectiva cristã. Seus livros são muito bons mesmo, vale a pena conferir. Leitura sempre agradável. Posso sugerir pelo menos dois de seus livros:
- Conversas sobre política (de onde tiramos o texto abaixo) e Filosofia da Ciência.

Para conhecer melhor o autor citado aqui, confira sua biografia e bibliografia visitando: http://www.releituras.com/rubemalves_bio.asp

[De todas as vocações, a política é a mais nobre. Vocação, do latim vocare, quer dizer chamado. Vocação é um chamado interior de amor: chamado de amor por um ‘fazer’. No lugar desse ‘fazer’ o vocacionado quer ‘fazer amor’ com o mundo. Psicologia de amante: faria, mesmo que não ganhasse nada.

‘Política’ vem de polis, cidade. A cidade era, para os gregos, um espaço seguro, ordenado e manso, onde os homens podiam se dedicar à busca da felicidade. O político seria aquele que cuidaria desse espaço. A vocação política, assim, estaria a serviço da felicidade dos moradores da cidade.

Talvez por terem sido nômades no deserto, os hebreus não sonhavam com cidades: sonhavam com jardins. Quem mora no deserto sonha com oases. Deus não criou uma cidade. Ele criou um jardim. Se perguntássemos a um profeta hebreu ‘o que é política?’, ele nos responderia, ‘a arte da jardinagem aplicada às coisas públicas’.

O político por vocação é um apaixonado pelo grande jardim para todos. Seu amor é tão grande que ele abre mão do pequeno jardim que ele poderia plantar para si mesmo. De que vale um pequeno jardim se à sua volta está o deserto? É preciso que o deserto inteiro se transforme em jardim.

Amo a minha vocação, que é escrever. Literatura é uma vocação bela e fraca. O escritor tem amor mas não tem poder. Mas o político tem. Um político por vocação é um poeta forte: ele tem o poder de transformar poemas sobre jardins em jardins de verdade. A vocação política é transformar sonhos em realidade. É uma vocação tão feliz que Platão sugeriu que os políticos não precisam possuir nada: bastar-lhes-ia o grande jardim para todos. Seria indigno que o jardineiro tivesse um espaço privilegiado, melhor e diferente do espaço ocupado por todos. Conheci e conheço muitos políticos por vocação. Sua vida foi e continua a ser um motivo de esperança.

Vocação é diferente de profissão. Na vocação a pessoa encontra a felicidade na própria ação. Na profissão o prazer se encontra não na ação. O prazer está no ganho que dela se deriva. O homem movido pela vocação é um amante. Faz amor com a amada pela alegria de fazer amor. O profissional não ama a mulher. Ele ama o dinheiro que recebe dela. É um gigolô.

Todas as vocações podem ser transformadas em profissões O jardineiro por vocação ama o jardim de todos. O jardineiro por profissão usa o jardim de todos para construir seu jardim privado, ainda que, para que isso aconteça, ao seu redor aumente o deserto e o sofrimento.

Assim é a política. São muitos os políticos profissionais. Posso, então, enunciar minha segunda tese: de todas as profissões, a profissão política é a mais vil. O que explica o desencanto total do povo, em relação à política. Guimarães Rosa, perguntado por Günter Lorenz se ele se considerava político, respondeu: ‘Eu jamais poderia ser político com toda essa charlatanice da realidade... Ao contrário dos ‘legítimos’ políticos, acredito no homem e lhe desejo um futuro. O político pensa apenas em minutos. Sou escritor e penso em eternidades. Eu penso na ressurreição do homem.’ Quem pensa em minutos não tem paciência para plantar árvores. Uma árvore leva muitos anos para crescer. É mais lucrativo cortá-las.

Nosso futuro depende dessa luta entre políticos por vocação e políticos por profissão. O triste é que muitos que sentem o chamado da política não têm coragem de atendê-lo, por medo da vergonha de serem confundidos com gigolôs e de terem de conviver com gigolôs.

Escrevo para vocês, jovens, para seduzi-los à vocação política. Talvez haja jardineiros adormecidos dentro de vocês. A escuta da vocação é difícil, porque ela é perturbada pela gritaria das escolhas esperadas, normais, medicina, engenharia, computação, direito, ciência. Todas elas, legítimas, se forem vocação. Mas todas elas afunilantes: vão colocá-los num pequeno canto do jardim, muito distante do lugar onde o destino do jardim é decidido. Não seria muito mais fascinante participar dos destinos do jardim?

Acabamos de celebrar os 500 anos do descobrimento do Brasil. Os descobridores, ao chegar, não encontraram um jardim. Encontraram uma selva. Selva não é jardim. Selvas são cruéis e insensíveis, indiferentes ao sofrimento e à morte. Uma selva é uma parte da natureza ainda não tocada pela mão do homem. Aquela selva poderia ter sido transformada num jardim. Não foi. Os que sobre ela agiram não eram jardineiros. Eram lenhadores e madeireiros. E foi assim que a selva, que poderia ter se tornado jardim para a felicidade de todos, foi sendo transformada em desertos salpicados de luxuriantes jardins privados onde uns poucos encontram vida e prazer.

Há descobrimentos de origens. Mais belos são os descobrimentos de destinos. Talvez, então, se os políticos por vocação se apossarem do jardim, poderemos começar a traçar um novo destino. Então, ao invés de desertos e jardins privados, teremos um grande jardim para todos, obra de homens que tiveram o amor e a paciência de plantar árvores à cuja sombra nunca se assentariam. (Folha de S. Paulo, Tendências e Debates, 19/05/2000]

por Welson dos Santos Lopes




segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Frases de Machado de Assis


Joaquim Maria Machado de Assis (1839 - 1908), escritor carioca, brasileiro. Considerado o pai do realismo no Brasil, escreveu: Memórias Póstumas de Brás Cubas, Dom Casmurro, Quincas Borba e vários livros de contos, entre eles, Papéis Avulsos, no qual se encontra o conto O Alienista, no qual discute a loucura. Também escreveu poesia e foi um ativo crítico literário, além de ser um dos criadores da crônica no país. Foi o fundador da Academia Brasileira de Letras.

Para ler a biografia completa de Machado de Assis, acesse: http://pensador.uol.com.br/autor/Machado_de_Assis/biografia/

[Eis algumas frases dele...]

"Não tive filhos não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria"

"A vida sem luta é um mar morto no centro do organismo universal"

"Botas...as botas apertadas são uma das maiores venturas da terra, porque, fazendo doer os pés, dão azo ao prazer de as descalçar"

"Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar"

"Creia em si, mas não duvide sempre dos outros"

"Deus, para a felicidade do homem, inventou a fé e o amor. O Diabo, invejoso, fez o homem confundir fé com religião e amor com casamento"

"Lágrimas não são argumentos"

"Não é amigo aquele que alardeia a amizade: é traficante; a amizade sente-se, não se diz"

"Não levante a espada sobre a cabeça de quem te pediu perdão"

"Não se ama duas vezes a mesma mulher"

"O acaso... é um Deus e um diabo ao mesmo tempo"

"O dinheiro não traz felicidade — para quem não sabe o que fazer com ele"

"Suporta-se com paciência a cólica dos outros"

"Está morto: podemos elogiá-lo à vontade"

"Pensamentos valem e vivem pela observação exata ou nova, pela reflexão aguda ou profunda; não menos querem a originalidade, a simplicidade e a graça do dizer"

"A melhor definição de amor não vale um beijo de moça namorada"

"A vida é cheia de obrigações que a gente cumpre por mais vontade que tenha de as infringir deslavadamente"

"A mentira é muita vez tão involuntária como a respiração"

"A moral é uma, os pecados são diferentes"

"Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa de apagar o caso escrito"

"Eu sinto a nostalgia da imoralidade"

"Eu não sou homem que recuse elogios. Amo-os; eles fazem bem à alma e até ao corpo. As melhores digestões da minha vida são as dos jantares em que sou brindado"

"Não te irrites se te pagarem mal um benefício; antes cair das nuvens que de um terceiro andar"

"Há coisas que melhor se dizem calando"

"Para as rosas, escreveu alguém, o jardineiro é eterno"

Por Welson dos Santos Lopes




Sobre os tipos de crítica política (entre outras)


Uma primeira consideração a ser feita, necessariamente, é esta: Que alguém que escreve, certamente não o faz sem um interesse motivador, o que significa dizer que algo leva o escritor a escrever, que pode ir da simples necessidade de desabafar, de comunicar um fato, até o objetivo de persuadir o leitor, fazendo-o participante do seu ponto de vista, fato este que nem sempre é revestido de nobreza.

O que decorre destas possíveis motivações de escrever levará alguém a tecer uma crítica política positiva (boa) ou negativa (má). Como se pode depreender, tudo começa com o intuito do escritor. Cabe ao leitor identificar este objetivo, ao fazer a leitura textual.

Entendo por crítica positiva aquela que se caracteriza pela análise equilibrada, cheia de bom-senso, que é imparcial, e justa. Não visa um escárnio descabido, mas tem a sinceridade de reconhecer os fatores positivos de uma situação ou realidade, bem como não hesita de desmistificar os erros, denunciando-os, com decência, com respeito, e com responsabilidade.

Já a crítica negativa é configurada quando a motivação não passa de um sentimento faccioso, um ressentimento, insatisfação quanto a algo que não obteve, ou perdeu, ou ainda numa linguagem popular: “uma dor de cotovelo”.

Hoje predominam os críticos negativos. Não passam de manipuladores profissionais de pessoas, as quais convencem, ou influenciam, tornando-as participantes de seus projetos egocentristas.

E por consequência, como faltam críticos positivos! Alguém compromissado tão somente com a transparência, com o consenso, o progresso da nação, repleto de um sentimento coletivo, altruísta.

Como é fácil defender o erro, ser conivente com a corrupção, sendo beneficiado pelo tirano!

E como é fácil atacar o justo, o bom, o correto, por não estar no círculo de favorecidos, dos que recebem vantagens!

Por tudo isso, só me resta lamentar, lamentar por uma sociedade tão doente, e ao mesmo tempo tão hipócrita, onde prevalece o “provérbio”: “Cada um por si e Deus por ninguém”.

O primeiro passo para uma transformação social, é sem sombra de dúvidas, a transformação do ser humano. Pessoas comuns fazem apenas coisas comuns. Precisamos de parâmetros morais, de valores humanos mais nobres, que nos elevem ao nível de revolucionários sinceros, que pregam o que vivem, e vice-versa, em vez de hipócritas, que possuem belos discursos, mas são péssimos práticos.

“Pessoas de sentimento nobre enxergam a coletividade, que certamente as inclui. Mas pessoas egoístas só pensam em si mesmas, e o que se pode esperar destas, a não ser a crítica negativa?”

Por WELSON DOS SANTOS LOPES

Welson789@hotmail.com

domingo, 21 de novembro de 2010

Aleat no Jornal Gazeta



O jornal Gazeta tem se destacado, desde que surgiu, como um canal pelo qual são expressas notícias relevantes de nossa Região, dando ao povo uma visão geral da situação política e social, entre outros aspectos, dos municípios altoturienses.

Com uma abordagem imparcial e linguagem clara, o jornal tem desmistificado a realidade muitas vezes “maquiada”, “camuflada”, e tem levado a população nunesfreirense e de cidades circunvizinhas, a enxergar por “trás da cortina”, quebrando a hipocrisia política, motivando as pessoas a pensarem, e não serem meros fantoches manipuláveis, por um assistencialismo barato, comprometido não com o desenvolvimento das famílias, não com a autossuficiência financeira delas, nem ainda com a independência das mesmas, mas em “garantir seus votos”.

O Gazeta têm sido atacado, sobretudo por pessoas hipócritas (afinal, tem muito$ motivo$ para i$$o), mas também por pessoas sinceras, mas enganadas, iludidas, que precisam dos óculos da sinceridade e do bom-senso, para desejar o bem coletivo, em vez de um mesquinho individualismo egoísta...

Mas o Gazeta não se resume apenas à crítica política (positiva), mas também tem se dedicado a apoiar a cultura nunesfreirense e regional. Uma amostra disso está nas Colunas “ESPAÇO ALEAT” e “PAPO JOVEM”, onde se divulga os trabalhos dos artistas e poetas locais, movimentos sociais, etc. Nesta Edição de novembro de 2010, o “ESPAÇO ALEAT” trás o enfermeiro e poeta José Ardino Pansani, com uma breve descrição de sua pessoa, e um dos seus mais belos poemas “O QUE FAZ VOCÊ FELIZ?”. Na coluna “PAPO JOVEM”, um texto do jovem estudante, blogueiro, poeta e membro da ALEAT, Marcos Leite (marcosleitte.blogspot.com).

A ALEAT agradece ao nosso amigo e grande colaborador, CLEBERSON FERREIRA RODRIGUES (Idealizador, Redator e diagramador do jornal) pelo espaço cedido, e pela parceria de um modo geral.


Por WELSON DOS SANTOS LOPES
Welson789@hotmail.com

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

POETA LUÍS MAGNO É O NOVO MEMBRO DA ALEAT



O poeta Luís Magno nasceu na cidade de São Luís,em 1977,no dia 16 de outubro.Filho de uma Dona de casa e professora e de um sapateiro.Ficou órfão de mãe aos nove anos passando a morar em Santa Luzia do Paruá,com os seus avós maternos,com os quais residiu até o ano 2000.Casado com Gelda Soares,tem uma filhinha por nome Luyse Gabrielly, completando um aninho dia primeiro de dezembro.

Católico praticante, o Luis tentou o sacerdócio, tendo sido seminarista pela Arquidiocese de São Luis e pela Diocese de Zé Doca, uma experiência inesquecível e que só teve a acrescentar no seu crescimento como ser humano.

Concludente do Ensino Médio em 1998 com o curso do Magistério, o Luís, também é formado em nível superior pelo PQD da UEMA, tendo sido diplomado em 2010 no curso de História.
Amante da plaga que adotou como sua, o Luís elabora seus poemas juntando a sua experiência de vida às frustrações e alegrias, sob a contemplação do belo geográfico, romântico, familiar, histórico, abstrato... Despreocupado com a ditadura da métrica poética, suas elaborações literárias tem, sobretudo,um estilo livre e solto, valorizando no leitor uma reflexão crítica sobre as realidades que orbitam ao seu redor.

Membro da cadeira número 16, o Luís já se prepara para lançar o seu primeiro livro: ’”Os dizeres de um provinciano”, previsto para o início de 2011, além de fazer parte da coletânea “Filos Antológicos” da Academia de Letras do Alto Turi-ALEAT.


quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Fotos do Festival de Primavera - 23 de setembro de 2010



Estas são as fotos do Festival de Primavera, promovido pela ACADEMIA DE LETRAS DO ALTO TURI-ALEAT, que aconteceu dia 23 de setembro de 2010, ao ar livre, na rua da oficina, em frente à casa do Secretário de Administração de Governador Nunes Freire-MA, o Professor Ed Wilson.

Para conferir outras fotos da ALEAT, acesse o endereço: http://picasaweb.google.com/welsonpj87

Um abraço para todos,

Por Welson dos Santos Lopes
welson789@hotmail.com